ISSN 2764-8494

ACESSE

Comunicação
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A História dos quadrinhos em HQ segundo Scott McCloud

Se você é daqueles que pensa que quadrinhos é uma espécie de subliteratura, dessas que se lê nas horas ociosas das salas de espera do consultório médico, o quadrinista americano Scott McCloud pode mudar seu olhar sobre o tema.

Defensor dos quadrinhos como uma forma literária e de arte autônoma, McCloud é conhecido como o maior teórico dos quadrinhos. Ele ganhou notoriedade, principalmente, com sua obra Desvendando os Quadrinhos, (Understanding Comics: The Invisible Art), de 1993.

Desvendando os Quadrinhos

Assim, na obra, ao explorar a essência das histórias em quadrinhos como meio de comunicação e arte, McCloud apresenta uma brilhante estratégia para comprovar sua tese aos leitores: ele escreve um livro em quadrinhos sobre quadrinhos. Com uma escrita fluída e cativante, McCloud explora diversos aspectos das histórias em quadrinhos.

Primeiramente, ele fornece uma definição ampla e geral sobre o tema, que frequentemente é negligenciado ou subestimado. A partir disso, o autor nos leva em uma jornada pelos primórdios das HQs, indo muito além de Yellow Kid, que é considerada por muitos estudiosos como a primeira manifestação desse gênero artístico. Assim, McCloud explora desde a linguagem peculiar dos quadrinhos até aspectos mais técnicos, como o uso da cor e a influência do lado comercial na produção das histórias.

Além dessa, Scott McCloud também é autor de obras fundamentais para os estudiosos do gênero como Reinventando os Quadrinhos (Reinventing Comics: How Imagination and Technology Are Revolutionizing an Art Form), de 2000 e Desenhando Quadrinhos (Making Comics: Storytelling Secrets of Comics, Manga and Graphic Novels) , de 2006.

24 Hour Comic

Aliás, não apenas nessas obras está sua contribuição criativa, Scott iniciou o desafio 24 Hour Comic (ao escrever uma HQ inteira em 24 horas) que se tornou um fenômeno internacional. Você pode encontrar seus quadrinhos (na versão impressa e online) em www.scottmccloud.com onde estão disponíveis em 20 línguas.

Com base no livro Desvendando os quadrinhos, o artigo publicado pela Residência Cri@tiva sobre processos criativos, que reproduzimos abaixo, lançou a pergunta: como os quadrinhos lidam com os sentidos?

Como os quadrinhos lidam com os sentidos?

Nós sabemos que os quadrinhos exigem que nossa mente funcione como um tipo de intermediário, preenchendo as lacunas entre os quadros que contam a história. Na realidade, é o nosso repertório de experiências que ajuda complementando as sarjetas (o espaço em branco entre os quadrinhos) da narrativa.

O quadrinho é um meio MONOSENSORIAL que depende de um único sentido (a visão) para transmitir um mundo repleto de percepções. O som, por exemplo, é representado através dos balões com expressões reconhecidas.

Quando aprendemos a ler quadrinhos aprendemos a perceber o tempo espacialmente, pois nas histórias em quadrinhos, tempo e espaço são uma única coisa.

Outra forma gráfica de expressão de sensações é a relação de temperatura (dada pelas cores) e textura apresentada pelas formas e vibrações de uma imagem, através dos traços e preenchimentos do fundo da imagem.

Para o autor, os quadrinhos é o tipo de arte que mais exige do leitor, ao mesmo tempo que é a que mais oferece. Ou seja, é uma arte do “visível e do invisível”. Por isso, ele rejeita a noção de que os quadrinhos são uma mistura entre desenho e literatura e propõe a seguinte definição:

“um meio de comunicação como nenhum outro… um meio onde o público é colaborador consciente e voluntário, e a conclusão é o agente de mudança, tempo e movimento.”

Scott McCloud
Scott McCloud sobre Histórias em Quadrinhos

Adriana Costa é fundadora e mobilizadora da Residência criativa, onde recolhe toda sua experiência para a cocriação de um espaço de pesquisa sobre a potência dos processos criativos, a democratização institucional, e projetos para uma cidade para pessoas.

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